Calçado e têxteis<br>podem pagar mais

As de­ci­sões de «mo­bi­li­zação e luta» dos tra­ba­lha­dores, to­madas no ple­nário de sin­di­catos da Fe­de­ração dos Têx­teis, La­ni­fí­cios, Ves­tuário, Cal­çado e Peles (Fe­sete/​CGTP-IN), no dia 10, ga­nharam ainda mais razão no dia se­guinte, quando os pró­prios di­ri­gentes pa­tro­nais do cal­çado vi­eram con­gra­tular-se por 2012 ter sido o me­lhor ano de sempre em vo­lume de fac­tu­ração.

No ple­nário, que se reuniu em Pe­vidém (Gui­ma­rães) e contou com a par­ti­ci­pação do Se­cre­tário-geral da CGTP-IN, foi as­si­na­lado o facto de a ac­ti­vi­dade no sector se con­ti­nuar a de­sen­volver em contra-ciclo com a si­tu­ação grave do País. Desde 2010, as ex­por­ta­ções têm cres­cido acima da média na­ci­onal, per­siste uma ten­dência cres­cente da pro­du­ti­vi­dade e dos pro­dutos e ser­viços na ca­deia de valor, e muitas em­presas estão com a sua ca­pa­ci­dade pro­du­tiva to­tal­mente to­mada.

Ao mesmo tempo, pro­tes­tava a fe­de­ração, as as­so­ci­a­ções pa­tro­nais pro­te­laram as ne­go­ci­a­ções e boi­co­taram a ac­tu­a­li­zação sa­la­rial em 2012, pre­pa­rando-se para fazer o mesmo neste início do novo ano. A Fe­sete re­jeita esta ati­tude con­cer­tada entre pa­trões e Go­verno, re­al­çando que a ge­ne­ra­li­dade dos tra­ba­lha­dores re­cebe sa­lá­rios muito baixos, que na maior parte dos casos são de 470 euros men­sais lí­quidos (con­tando o sub­sídio de re­feição).

A as­so­ci­ação pa­tronal do cal­çado, no dia 11, ad­mitiu que 2012 «de­verá ficar como o me­lhor ano de sempre», como o porta-voz da Ap­pi­caps disse ao Di­nheiro Vivo, co­men­tando os dados do INE sobre ex­por­ta­ções. Nos pri­meiros onze meses do ano findo, a fac­tu­ração do sector somou 1560 mi­lhões de euros, o que re­pre­senta mais 3,7 por cento do que no mesmo pe­ríodo de 2011. Mas este já tinha sido ce­le­brado com uma su­bida de 16 por cento, face a 2010.

A Fe­sete e os sin­di­catos «re­gistam com agrado» estes dados, mas ques­ti­onam «em que lugar estão os tra­ba­lha­dores deste sector, en­quanto agentes que con­tri­buem de forma de­ci­siva para ob­tenção dos re­sul­tados». Numa nota di­vul­gada no dia 11, re­clama-se que a Ap­pi­caps se dis­po­ni­bi­lize de ime­diato para rever os sa­lá­rios, adi­an­tando-se que a per­sis­tência no «boi­cote po­lí­tico» às ne­go­ci­a­ções le­vará à con­cre­ti­zação das de­ci­sões do ple­nário de sin­di­catos e à mar­cação de uma con­cen­tração junto à sede da as­so­ci­ação pa­tronal.




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